segunda-feira, 11 de abril de 2011

História das ideias psicológicas






Todos nós temos histórias pra contar, temos um passado que serviu de base para tornar a pessoa – com personalidade, valores, ideais, etc. – que somos hoje. Com a Psicologia não é diferente, para entendermos melhor essa ciência, teremos que viajar no tempo, conhecer a sua história na busca da compreensão de sua evolução e como se chegou a Psicologia Moderna ou Científica.





“PRESENTE DE GREGO”

(Fonte da Imagem)


Na Grécia, por volta de 700 anos a.C, a história do pensamento humano começa a desenvolver-se. O conceito de democracia e muitas das idéias que temos hoje já estavam presentes em algumas idéias na Grécia Antiga. Todos os povos tinham suas explicações, era na Mitologia que eles encontravam as explicações para o mundo e os seus comportamentos. Os homens não tinham responsabilidade de seus próprios atos, eles colocavam a responsabilidade e culpa nos deuses da Mitologia. Os gregos eram um povo evoluído para a época, conforme a civilização avançava, surgiam interesses por parte dos cidadãos para ocupar-se com as coisas do espírito, como a arte e a filosofia. Eis aqui o ponto chave! É nesse momento da história que surge os filósofos, homens que se dedicaram a compreender e buscar o entendimento das explicações do mundo. Por serem antecessores do famoso filósofo grego Sócrates, eles foram denominados pré-socráticos, que se dividiam em idealistas e materialistas. Os mesmos buscavam entender a relação do homem com o mundo através da percepção.


"O homem vê o mundo que existe, ou o mundo existe porque o homem o vê?”


Havia um confronto de idéias, os idealistas afirmavam que ‘o mundo existe porque o homem o vê’, ou seja, a idéia, os pensamentos dar forma ao mundo. Já os materialistas, acreditavam no mundo da matéria, no concreto, no que podiam tocar, ver e sentir. Na visão deles ‘o homem vê o mundo que existe’.



Apareceu Sócrates, ele afirmava que a principal característica humana é a razão, é ela que nos diferencia dos outros seres, que a forma como percebemos o mundo é única e que somos sim, responsáveis por nossas ações e atos. Após Sócrates, surge Platão, que era discípulo de Sócrates. Platão era do grupo dos idealistas, ele trabalhou com a idéia de que a essência formava a existência, que existia um mundo perfeito – no nosso próprio corpo – onde todas as nossas idéias estavam lá e é onde se encontra a alma do homem – a cabeça –. Platão concebia a alma separada do corpo, quando alguém morria, o corpo não estava mais presente, mas a alma ficaria livre para ocupar outro corpo. (parecido com a idéia da reencarnação). Surge mais um discípulo, dessa vez de Platão, Aristóteles. Ele afirmava que o corpo e a alma eram indissociáveis. Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta, possuía alma. Ele caracterizou 3 tipos de alma:


ALMA VEGETATIVA: Essa está presente em todos os seres vivos, é a capacidade que todo o organismo tem para se manter vivo. O homem, os animais e inclusive os vegetais teriam essa alma.


ALMA SENSITIVA: É a capacidade de sentir o mundo em que está. Os animais teriam a alma vegetativa e sensitiva, que tem como função a percepção e os movimentos.


ALMA RACIONAL: É a capacidade de pensar sobre os pensamentos, sobre o que sentimos. Nós, seres humanos, possuímos as duas acima citadas e a racional só nos pertence


(Platão)


No império Romano e na Idade Média...


O maior e mais vanglorioso império que se tem notícia surge para dominar a Grécia. O IMPÉRIO ROMANO. Até esse ponto da história, as pessoas tinham liberdade para expressar seus pensamentos e idéias. Mas, a era cristã estava dominando a civilização, e com isso, o império romano ganha forças, com a adesão do cristianismo começaria uma era de expansão da religião católica. A igreja passa a dominar o pensamento dos indivíduos, o homem passou novamente, a ser submetido ao que a igreja pregava. De agora em diante, a responsabilidade por todos os atos cometidos não são culpa dos deuses, todo mundo de agora em diante tem que saber o que é certo e errado e seguir os preceitos da igreja.





(Santo Agostinho e São Tomás de Aquino)


Eis que surgem Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Pensadores da igreja, mas também, acreditavam nos ensinamentos dos filósofos, com isso, tentaram unir os pensamentos filosóficos e a religião. O primeiro, inspirado em Platão, fazia uma cisão entre corpo e alma, para ele, a alma não era só, e somente só, a sede da razão, mas era também a prova da divindade, a ligação entre o homem e Deus, bem como a manifestação divina no homem e que o mundo perfeito defendido por Platão, era Deus. O segundo, inspirado pelos pensamentos de Aristóteles, buscava a distinção entre existência e essência. Com a adaptação religiosa aos preceitos filosóficos, ele afirmava que somente Deus reúne existência e essência, que o homem precisava ser bom, fazer o que era certo para atingir essa essência divina. (Os dois além de pensadores, eram Padres).

“Nasce o Renascimento...”


(Monalisa - Leonardo da Vinci/ Arte no renascimento)


Surge Maquiavel (Leiam O Príncipe, sua obra clássica), Leonardo da Vinci, Michelangelo, e a efervescência cultural. Nasce o Renascimento. Essa fase traz de volta as buscas por explicações racionais, a ciência avança e começou-se a sistematização do conhecimento científico. Neste período, René Descartes trouxe de volta a noção de razão “Penso, logo existo”, foi idéia de Voltaire a sistematização da 1ª Enciclopédia, é essa que vocês estão pensando mesmo, que nossos pais nos presenteiam geralmente na adolescência, aquela que tem todas as matérias e assuntos em um só livro. Nessa época criam-se regras e métodos – observação da natureza para poder dizer como ela funciona – para a construção do conhecimento. Aqui, começou-se a pensar na separação de corpo e alma, por conseguinte, os estudos da anatomia e fisiologia, que iria contribuir para o progresso da própria Psicologia. Eis que surge a PSICOLOGIA CIENTÍFICA!

Chegamos ao ponto crucial da nossa discussão, a Psicologia Científica. Com o crescimento e avanço do capitalismo, o homem deixou de ser servo – como era na sociedade feudal – e que tinha o modo de produção voltado para a agricultura de subsistência tendo a terra como a sua fonte principal de produção, para um homem ‘livre’, podemos assim dizer, um homem capaz de construir seu próprio futuro. Foi com a necessidade do aumento da produção, com mais pessoas consumindo mercadorias que deu início a quebra de hierarquias, o fim da estabilização de nobreza e clero após tanto tempo. A fé já não era mais a fonte do conhecimento, o que a igreja pregava – dogmas – passaram a ser questionados. A razão humana aparece como base para se construir conhecimento. Darwin elimina o antropocentrismo – o homem como centro do universo – e a ciência avança tão rapidamente, que se torna um referencial para a visão de mundo. A partir daqui, a ciência passa a ser um apoio a verdade propriamente dita. Com a revolução industrial, surge a máquina, a busca de conhecimento de intervenção e predicação, o estudo sobre percepção e o avanço da psicofísica – o estudo psicológico na ótica científica. Vou ficando por aqui, em breve em voltarei com mais detalhes a cerca da Psicologia Científica, Até mais ver!


Um comentário:

Prof. Luciana Nepomuceno disse...

Bom post, bom resumo. Não esquecer de coloccar as referências do texto discutido.