terça-feira, 29 de março de 2011

Afinal, quem é o homem?

“Pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto!” o texto A multideterminação do humano: uma visão em psicologia começa com essa frase, mais uma vez estamos buscando o entendimento de quem somos nós, de quem nos tornamos. Pelo menos três mitos filosóficos influenciaram as ciências humanas e a Psicologia em particular que aborda a idéia de que o homem nasce pronto. O mito do homem natural que afirma que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe; O mito do homem isolado que põe o homem como um ser isolado, não-sociável, que gradativamente desenvolve a necessidade de se relacionar com outros indivíduos e por fim, o mito do homem abstrato que coloca o homem como um ser que tem suas características independentes de suas situações vivenciais, o seu momento histórico e o tipo de sociedade. O fato é que o texto discorda dessa visão de homem e defende a idéia de que o homem é um ser sócio-histórico, e para entender esse tipo de homem precisamos entender o início dessa concepção. O homem pertence a uma espécie animal - Homo sapiens. Todos nós dependemos dos genes dos nossos ancestrais para formar nosso corpo, de acordo com as características de cada espécie. Todavia, a biologia nos afirma que os genes se manifestam sob determinadas condições ambientais.




Fazemos uma síntese das duas teses então! Um conjunto de traços herdados, que em contato com determinado ambiente, resulta-se em um ser singular e individual. A forma como nascemos, o que nos foi herdado não é suficiente para garantir nossa vida em sociedade. Eu não nasci sabendo andar de bicicleta, nem tampouco sabendo fazer uma irresistível macarronada, essas e outras coisas eu aprendi no decorrer de minha vida. A minha modificação biológica hereditária não determinou e/ou determina o meu desenvolvimento sócio-histórico.“A única aptidão inata no homem é a aptidão para a formação de outras aptidões”. O fato é que, essa frase reafirma tudo que o texto vem defendendo, essas aptidões nascem do contato com os objetos e a realidade objetiva, resultado da experiência sócio-histórica da humanidade. Quando criança, nos deparamos com uma infinidade de objetos, tudo em nossa volta é novidade, é descoberta. Somos introduzidas no mundo da cultura por outros indivíduos que nos guiam nesse mundo.


“A criança, no momento do nascimento, não passa de um candidato à humanidade, mas não a pode alcançar no isolamento: deve aprender a ser um homem na relação com os outros homens”. Apud Lontiev. O desenvolvimento do psiquismo, p.238


Todas essas explanações vão servir de suporte para darmos continuidade e entendermos com mais clareza essa tão complexa ciência denominada PSICOLOGIA.





Um comentário:

Unknown disse...

Muio bom o texto. O blog ta de parabéns!